- Editora: Galera Record
- Páginas: 263
- Nota:
- Censura: Sensual
- Avaliação Skoob
Há mil anos, o Anjo Raziel misturou o seu sangue com o sangue dos homens e criou uma raça: os Nephilim. Híbridos, metade anjos, metade homens, vivem ao nosso lado, invisíveis mas sempre presentes, e chamam-se a si próprios Caçadores de Sombras. A sua missão é proteger os humanos de demónios que viajam entre mundos, destruindo tudo à sua passagem, e manter a paz no submundo de vampiros, lobisomens, fadas e feiticeiros que habitam os subterrâneos de Manhattan. A cidade dos ossos é uma necrópole onde uma misteriosa irmandade guarda os corpos de todos os caçadores de sombras chacinados.
O cadeado atingiu o chão com um barulho metálico. Jace parecia satisfeito consigo.
- Como sempre – ele disse. – Sou muito bom nisso.
Clary sentiu-se repentinamente irritada.
- Quando os autoelogios da noite acabarem, talvez possamos voltar a missão de salvar da morte meu melhor amigo desamparado?
- Desamparado? – disse Jace, impressionante. – Que palavrão!
- E você é um...
- Tcs, tcs – ele interrompeu – Nada de xingar dentro da igreja.
Os Instrumentos Mortais
1. Cidade dos Ossos
2. City of Ashes (Ainda não lançado no Brasil)
3. City of Glass (Ainda não lançado no Brasil)
Atualmente tenho vinte e um anos. Tornei-me viciada em ler aos sete quando li pela primeira vez um romance de banca bem light. Aos doze já tinha lido praticamente todos os livros da ilustre Ágata Christie e aos dezesseis já estava quase passando a faixa de 150 livros lidos.
Mesmo que você nunca tenha lido Twilight, já deve ter ouvido falar nessa saga que explodiu no mundo o gênero YA. As editoras passaram a focar bem mais nos jovens e fizeram um ótimo investimento. Além de engrandecer e incentivar a leitura entre os adolescentes que há anos sofriam nas mãos dos professores da escola ao terem de ler livros que ou não gostavam, ou tinham certo preconceito por já terem ouvido alguma critica negativa a respeito, ou simplesmente liam por obrigação.
Agora o mercado esta cheio de estórias prontas para serem devoradas pelos novos leitores que passaram a ver o livro como um amigo e não um maldito monstro que o levaria para a recuperação de português no final do ano.
Pois bem, assumo – e fãs de Crepúsculo que me perdoem – que não gosto dessa saga. Considero o romance de Edward e Bella pobre e sem essa maravilha mágica sensual e apaixonante que as fãs julgam enxergar. Os personagens são fracos e a trama ainda menos encantadora. Bella é uma garota extremamente enfadonha, enquanto Edward... Bem, ele brilha!
Agradeço imensamente a Stephenie Meyer por ter despertado o mercado literário da literatura young adult, mas tenho que a amaldiçoar por ter destruído o fenótipo dos vampiros. – Okay, algumas pessoas podem dizer, “Mas vampiros não existem, por isso, a autora pode criar o estilo que bem quiser sobre esse assunto, porque, bem... os vampiros são dela” E me vejo obrigada a concordar em parte com essa alegação. Veja bem, há anos os vampiros possuem uma natureza violenta e chocante e julgo interessante que esse estilo tenha sido alterado para um personagem que “lute contra a lenda de ser sempre a imagem do vilão”, mas ainda existem regras. Seria a mesma coisa que lançar um livro onde Jesus Cristo – e que Deus perdoe minha blasfêmia – fosse à imagem de um ninfomaníaco, tivesse longos chifres cor-de-rosa e que cuspisse purpurina. “Ah, mas aí você já está exagerando, Nana”. Amor, me desculpe, mas do mesmo modo que SM criou os vampiros que queria, eu fiz o perfil do meu próprio JC.
Muito bem. E aonde quero chegar com todo esse lenga-lenga? Fiquei completamente fascinada estilo YA após conhecer Harry Potter. Sou uma fã verdadeira férrea dessa série, e depois de praticamente devorá-la, conheci a trilogia de Eragon, de Christopher Paolini, Fronteiras do Universo, de Philip Pullman, e... Deus abençoe sua alma, As Crônicas de Nárnia, do grandioso C.S Lewis. Mas, Crepúsculo me traumatizou um pouco. Usando as palavras da moda, os “livros para adolescentes românticas” sempre me fazia torcer um pouco o nariz. Eu imaginava que encontraria uma nova Bella e um novo Edward a cada lançamento que abordasse o amor nesse cenário sobrenatural.
Foi então em que decidi parar de ser uma idiota preconceituosa e me arriscar mais uma vez nesse mundo. Comecei com “Cidade dos Ossos” e digo com um enorme sorriso: Foi a minha melhor decisão. O livro aborda o assunto de demônios, mas especificamente, os Caçadores das Sombras e outras diversas criaturas, dando espaço também para os bruxos.
- O chá está servido – ela disse. – Vocês não precisam continuar aí parados como duas mulas. Venham até o salão.
- Tem um salão? – exclamou Clary.
- É claro que tem um salão – disse Dorothea. – Onde mais eu receberia os convidados?
- Vou deixar meu chapéu com o lacaio. – disse Jace.
Madame Dorothea lançou-lhe um olhar sombrio.
- Se você tivesse metade da graça que acha que tem, meu rapaz, seria duas vezes mais engraçado do que é. – ela desapareceu novamente através das cortinas.(...)
Jace franziu o rosto.
- Não entendi muito bem o que ela quis dizer.
- Sério? – disse Clary. – Para mim fez todo o sentido.
Clarissa Fray – Clary - é uma jovem que viveu grande parte de sua vida numa mentira, onde, de um dia para o outro, após o repentino desaparecimento de sua mãe, ela é obrigada a conhecer um mundo completamente distorcido de sua realidade. E é nesse mundo sobrenatural que Clary, arrastando junto com ela nessa divertida narrativa, Simon, seu melhor amigo, que conhecemos Jace Wayland e os irmãos Lightwood, Alex e Isabelle.
Posso dizer que de todos os livros que já li em minha vida, Cassandra Clare criou a mais sarcástica e divertida de todas as histórias. Jace é o grande vencedor do troféu Rei do Sarcasmo. Ele é um personagem simplesmente adorável e me fez ficar apaixonada logo em que fomos apresentados. Com charme e sensualidade, o romance entre ele e Clary vai sendo desenvolvido aos poucos. Mas, ainda temos Simon, um jovem adorável e super divertido. Seu nível de ironia bate com o de Jace em pé de igualdade.
NEPHILIM: FACILIS DESCENSUS AVERNI.
- O que significa?
O sorriso de Jace era um flash branco na escuridão.
- Significa: Caçadores de Sombras: mais bonitos de preto do que as viúvas de nossos inimigos desde 1234.
Entre os três se cria um triangulo de intrigas e emoções. Um sentimento de amor que faz nossa protagonista não saber muito bem como lidar com essa tempestade de sentimentos estranhos que se arrebataram dentro dela tão inesperadamente.
Clary tem seus momentos chatos. As crises típicas de uma adolescente teimosa e irritante, mas o leitor pode se apoiar em Jace para continuar a leitura, ou nos outros personagens. Todos os coadjuvantes dessa estória formam uma magnífica e energética atração ao leitor, o empurrando cada vez mais para dentro da estória ate atingir o nível de não conseguir mais largar o livro.
Eletrizante, cheio de ação, mistério e segredos que vão sendo revelados aos poucos, “Cidade dos Ossos” foi um dos melhores livros que li neste ano. Fechei 2010 com chave de ouro!
(...) – Mas há alguns anos não temos o Cálice, e muitos de nós morrem cedo. Então nossos números caem lentamente.
- Mas vocês não estão... bem... – Clary procurou pela palavra certa. – Se reproduzindo?
Jace caiu na gargalhada no mesmo instante em que a carruagem virou à esquerda bruscamente. Ele se segurou, mas Clary foi jogada contra ele. Ele a segurou, com as mãos delicadas. (...)
- Claro. – ele disse. – Nos adoramos nos reproduzir. É uma das nossas atividades prediletas.
E graças a ele, atualmente estou lendo Fallen, da autora Lauren Kate, e adorando o cenário lúgubre do livro a cada página. E acabou de chegar Sussurro, da Becca Fitzpratrick.
Ainda tenho que comprar a série Beijada por um Anjo, mas desde já, dou boas vindas ao mundo dos romances de adolescentes e me considero uma nova viciada nesse estilo. E que a moda chame/julgue/diga o que bem entender, o importante é que a leitura seja devidamente valorizada e cada vez mais presente na vida dos jovens. Seja o estilo que for ou qual for, de livraria ou de banca – que, infelizmente, até hoje, ainda vive sobre grande preconceito e o estereótipo de “cultura barata”–.
Leitura nunca é barata, porque você é obrigada a abrir a carteira para comprar um livro. Então, vamos parar de uma vez com esse preconceito ridículo e nos manter focados no quanto a leitura é importante no nosso desenvolvimento tanto cultural quanto pessoal. Pois, ainda acredito que a verdadeira magia está no momento em que você se sente feliz ao abrir a capa de um livro e mergulhar sua imaginação num mundo fascinante e, em alguns casos, inesquecível.
– Pelo menos – ela disse –, você não precisa se preocupar com rejeição, Jace Wayland.
– Não necessariamente. Eu mesmo às vezes me dispenso, só para manter as coisas interessantes.
3 comentários:
Amei!!!
Parabéns Nana. Sua resenha ficou maravilhosa e você disse tudo!!!
Não importa o que você esteja lendo,contando que LEIA!
Também não sou fã de Twilight, e adorei a sua iniciativa de usar a saga como exemplo na sua resenha, e o modo maduro como lidou com o seu preconceito.
Super nota 10!
:************
Já estava doida para ler esse livro, agora to me descabelando aqui né? HAUAHUAHAUHAUA
Concordo com vc Nana, não vou mentir e dizer que não tive minha época de gostar de Crepúsculo, pq eu tive sim, mas hoje um pouco mais madura, rs e já tendo lido tantas livros melhores, não vejo graça nenhum na série da SM.
Mas amo YAs HP, Percy Jackson são meus preferidos, e Cidade dos ossos?! Ainda essa ano vai estar na minha mão *-*
Beijos,
Gabi
Mundo Platônico
Eu tenho esse livro e tenho que admitir que e um dos meus prediletos :3
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